Histórico do caso: Angola 15+2
Em 29 de junho, o Tribunal Supremo em Luanda ordenou "ordens de soltura sob a condição de prisão domiciliar... emitidas em nome dos 17 solicitantes a serem aplicadas a partir de hoje", portanto tirando os 17 DDHs da prisão e colocando-os em prisão domiciliar.
Em 28 de março de 2016, o Tribunal Provincial de Luanda condenou os/as defensores/as de direitos humanos do caso 15+2 a penas de prisão que variam entre dois anos e três meses a oito anos e seis meses de prisão para os supostos crimes de atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores.
Em junho de 2015 a polícia angolana deteve 13 defensores de direitos enquanto eles participavam de uma reunião. Eles estavam lendo o livro de Gene Sharp, From Dictatorship to Democracy, e discutindo métodos pacíficos de protesto. Dois dias depois, mais dois ativistas foram detidos. As autoridades também apresentaram acusação formal contra duas mulheres ativistas de direitos humanos, Laurinda Gouveia e Rosa Conde – mas não as detiveram. O grupo de defensores/as de direitos humanos ficou conhecido como Angola 15+2. Dentre os defensores de direitos humanos detidos estão Domingos da Cruz, Afonso Mayenda (também conhecido como Mbanza Hamza), Luaty Beirão, Manuel Nito Alves and Albano Bingo
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- 30 Junho 2016 : Tribunal Supremo ordena que os 15+2 de Angola sejam libertados da prisão e colocados em prisão domiciliar
- 30 Março 2016 : Defensores/as de direitos humanos do caso 15+2 condenados/as a penas de prisão que variam entre dois e oito anos
- 15 Fevereiro 2016 : Condenação sumária do defensor de direitos humanos Manuel Nito Alves
- 22 Dezembro 2015 : Defensores de direitos humanos detidos desde junho libertados e colocados em prisão domiciliar
- 10 Dezembro 2015 : Quatro defensores de direitos humanos iniciam greve de fome enquanto esperam julgamento
- 23 Outubro 2015 : Especialistas da ONU exortam Angola a libertar os 15 ativistas de direitos humanos detidos por criticar o Governo
- 19 Outubro 2015 : Tortura e maus-tratos de defensores de direitos humanos detidos em junho
- 15 Outubro 2015 : Prisões e violência em uma missa realizada em solidariedade aos defensores de direitos humanos detidos em junho
- 10 Outubro 2015 : Temor pela vida do defensor de direitos humanos Luaty Beirão, atualmente em greve de fome
- 28 Setembro 2015 : Defensores de direitos humanos e jovens ativistas esperando ser intimados em meio a greve de fome
- 24 Junho 2015 : Detenções de vários defensores de direitos humanos e jovens ativistas
Em 29 de junho, o Tribunal Supremo angolano ordenou que os 17 DDHs detidos do infame caso "Angola 15+2" fossem retirados da prisão e colocados em prisão domiciliar. O status do veredito e as acusações que enfrentam permanecem pouco claros na pendência de mais informações por parte de seus advogados e do tribunal.
Em 28 de março de 2016, o Tribunal Provincial de Luanda condenou os/as defensores/as de direitos humanos do caso 15+2 a penas de prisão que variam entre dois anos e três meses a oito anos e seis meses de prisão para os supostos crimes de atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores.
Os 17 defensores de direitos humanos são os Srs. Domingos da Cruz, Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, José Gomes Hata, Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito “Drux”, Albano Bingo, Fernando Tomás “Nicola”, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias, Osvaldo Caholo, que foram detidos em junho de 2015, e as Sras. Rosa Conde e Laurinda Gouveia, que também foram sentenciadas, mas respondiam o processo em liberdade.
Das sentenças proferidas contra os/as defensores/as de direitos humanos a mais severa foi a de Domingos da Cruz, que foi sentenciado a oito anos e meio de prisão pelos crimes de atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores. Jeremias Benedito, Nuno Álvaro Dala, Sedrick de Carvalho, Nito Alves, Inocêncio de Brito, Laurinda Gouveia, Fernando António Tomás “Nicola”, Mbamza Hamza, Osvaldo Caholo, Arante Kivuvu, Albano Evaristo Bingo, Nelson Dibango, Hitler Samussuko e José Gomes Hata foram todos condenados/as a quatro anos e seis meses de prisão pelos mesmos crimes. Rosa Conde e Jeremias Benedito receberam penas mais moderadas e irão cumprir dois anos e três meses de prisão. Luaty Beirão, quem foi condenado também por “falsificação de documentos”, além dos crimes supracitados, foi sentenciado a cinco anos e seis meses de prisão.
O julgamento dos/as defensores/as de direitos humanos foi marcado por irregularidades. Em 21 de março de 2016, durante as alegações finais, o Ministério Público alterou a acusação, abandonando a queixa de organização de um golpe de Estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos, e incluindo uma nova acusação de associação de malfeitores, punível com uma pena mais severa do que a prevista para o crime de organização de um golpe de Estado. Esta nova queixa, no entanto, não foi submetida à análise dos advogados dos réus.
Os/as defensores/as de direitos humanos foram formalmente indiciados/as em 8 de outubro de 2015, quando o prazo máximo para a prisão preventiva, de 90 dias segundo a lei angolana, já havia expirado. Domingos da Cruz foi preso no dia 21 de junho de 2015 após a prisão de Afonso Mayenda, Luaty Beirão, Manuel Nito Alves, Albano Bingo e nove jovens ativistas em 20 de junho de 2015, durante uma conferência sobre a ''Filosofia da revolução pacífica'', que foi dada por Domingos da Cruz no bairro de Vila Alice, em Luanda. Laurinda Gouveia e Rosa Conde não estavam entre os detidos, mas elas também foram acusadas.
Os advogados dos/as defensores/as de direitos humanos têm cinco dias para impetrar um recurso de apelação perante a Corte Suprema.
A Front Line Defenders está seriamente preocupada com a condenação dos 17 defensores de direitos humanos, uma vez que considera a ação judicial contra eles como sendo motivada pelo trabalho pacífico e legítimo que desempenham na defesa dos direitos humanos. Preocupação adicional é expressa pelas irregularidades que marcaram o julgamento. A Front Line Defenders apela às autoridades angolanas para que revoguem a sentença contra os/as defensores/as de direitos humanos.
Em 8 de fevereiro de 2016, o defensor de direitos humanos, Sr Manuel Nito Alves foi condenado a seis meses de prisão em um julgamento sumário.
Ele foi condenado por perturbar a ordem do Tribunal Provincial de Luanda durante o julgamento de dezessete defensores/as de direitos humanos angolanos, do qual ele é um dos arguidos, no que é conhecido como o caso 15+2.
Durante a sessão do tribunal no julgamento dos 17 defensores dos direitos humanos, no dia 8 de fevereiro de 2016, enquanto o pai de Nito Alves estava sendo interrogado, o defensor de direitos humanos levantou a voz e disse: "Eu não temo pela minha vida; este julgamento é uma palhaçada". Ele foi silenciado pelo juiz presidente, o Sr. Januário Domingos, que imediatamente abriu um procedimento legal sumário contra ele e o condenou a 6 meses de prisão e ao pagamento de uma multa de AKZ 50.000 (aproximadamente €284) por desrespeito ao tribunal. A sentença entrou em vigor imediatamente e o defensor de direitos humanos, que estava detido sob prisão domiciliar há aproximadamente 50 dias, foi transferido para Comarca de Viana no mesmo dia.
O defensor de direitos humanos ainda pode enfrentar até três anos de prisão sob a acusação de atos preparatórios de rebelião e por supostamente organizar um golpe de Estado contra o presidente José Eduardo dos Santos. Ele foi preso em 20 de Junho de 2015, juntamente com 14 outros defensores dedireitos humanos. Duas mulheres defensoras de direitos humanos, Sras. Laurinda Gouveia e Rosa Conde, também estão sendo processadas, mas respondem em liberdade.
Front Line Defenders está preocupada com a condenação sumária de Manuel Nito Alves, que parece ter sido totalmente desproporcional. Além disso, Front Line Defenders reitera o seu apelo para o fim do processo contra os 17 defensores dos direitos humanos e jovens ativistas, pois acredita que eles sejam diretamente ligados às suas atividades legítimas em defesa dos direitos humanos.
Em 18 de dezembro de 2015, os quinze defensores de direitos humanos que haviam sido presos em junho de 2015 foram postos em liberdade e colocados em prisão domiciliar logo após uma decisão proferida em 15 de dezembro de 2015 pelo Tribunal Provincial de Luanda.
Eles permanecerão em prisão domiciliar enquanto aguardam julgamento, que será retomado em 11 de Janeiro de 2016.
Os 15 defensores dos direitos humanos foram presos devido às suas participações em uma conferência sobre a ''Filosofia da revolução pacífica'', que foi dada pelo Sr Domingos da Cruz no bairro de Vila Alice, em Luanda. Os outros 14 defensores de direitos humanos são os Srs Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, José Gomes Hata Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito “Drux”, Albano Bingo, Fernando Tomás “Nicola”, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias e Osvaldo Caholo.
Esse último desenvolvimento no caso decorreu de uma decisão emitida em 15 de Dezembro de 2015 pelo juiz a cargo do causa, o Sr Januário Domingos José, da 14a Seção do Tribunal Provincial de Luanda, decisão na qual deferiu o pedido de medidas alternativas de detenção no caso dos réus. O pedido havia sido apresentado no mesmo dia pelo Ministério Público e a nova Lei das Medidas cautelares em Processo Penal foi usada para fundamentá-lo. De acordo com esta nova lei, só é possível manter alguém em prisão preventiva se o réu estiver sendo acusado de ter cometido crimes puníveis com três anos ou mais de prisão, o que não é o caso dos 15 defensores de direitos humanos.
O juiz Januário Domingos, baseado no princípio de que a lei mais favorável ao réu é a que deve ser aplicada, aceitou o pedido. A nova lei entrou em vigor na sexta-feira, dia 18 de dezembro de 2015, quando os defensores de direitos humanos foram finalmente libertados e colocados em prisão domiciliar.
Os defensores de direitos humanos estão sendo julgados por supostamente prepararem um golpe de Estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos, e também por atos preparatórios de rebelião. Entre os réus também figuram as Sras Rosa Conde e Laurinda Gouveia, que respondem em liberdade. O julgamento dos defensores e das defensoras de direitos humanos começou em 15 de novembro de 2015, após cerca de quatro meses de detenção preventiva. A defesa alega que o tribunal adotou táticas dilatórias para adiar o veredito.
Front Line Defenders acolhe com satisfação a decisão de colocar os defensores de direitos humanos em prisão domiciliar, mas continua preocupada com o julgamento em curso e com as acusações sem substância contra eles. Front Line Defenders apela às autoridades para absolver imediata e incondicionalmente os defensores de direitos humanos, pois acredita que o processo contra eles é uma tentativa de impedi-los de realizar o seu trabalho pacífico e legítimo na defesa dos direitos humanos.
Em 10 de dezembro de 2015, quatro dos dezessete defensores de direitos humanos que estão sendo julgados por atos preparatórios de rebelião e por organizar de um golpe de Estado contra o presidente José Eduardo dos Santos iniciaram uma greve de fome.
Os Srs Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, Domingos da Cruz e José Gomes Hata decidiram entrar em greve de fome para protestar atrasos no julgamento.
Sedrick de Carvalho, Luaty Beirão, Domingos da Cruz e José Gomes Hata foram presos em junho de 2015, juntamente com 11 outros defensores de direitos humanos devido às suas participações em uma conferência sobre a ''Filosofia da revolução pacífica '', que foi dada por Domingos da Cruz no bairro de Vila Alice, em Luanda. Os outros defensores dos direitos humanos são Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza Hamza”, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito “Drux”, Albano Bingo, Fernando Tomás “Nicola”, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias e Osvaldo Caholo.
Os defensores de direitos humanos foram acusados por supostamente estarem preparando um golpe de Estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos por atos preparatórios de rebelião. Entre os réus também figuram as Sras Rosa Conde e Laurinda Gouveia, que respondem em liberdade. O julgamento dos defensores e das defensoras de direitos humanos começou em 15 de novembro de 2015, após cerca de quatro meses de detenção preventiva. A defesa alega que o tribunal adotou táticas dilatórias para adiar o veredito.
Essa é a segunda vez que os defensores de direitos humanos iniciam uma greve de fome para sensibilizar o público sobre o seu caso. Na ocasião anterior, em outubro de 2015, eles estavam protestando contra a duração excessiva de suas detenções preventivas, que excedeu o limite de 90 dias previsto por lei. Após tal prazo, o tribunal é obrigado a pronunciar-se sobre a prorrogação da detenção, o que não ocorreu dentro do prazo fixado.
Front Line Defenders está seriamente preocupada com o julgamento em curso e com as detenções arbitrárias de defensores de direitos humanos, sobretudo tendo em conta o atraso injustificado em chegar-se a uma decisão. Front Line Defenders demanda às autoridades que absolvam imediata e incondicionalmente os defensores e as defensoras de direitos humanos, pois acredita-se que o processo contra eles é uma tentativa de impedi-los de realizar o seu trabalho pacífico e legítimo na defesa dos direitos humanos.
O Relator Especial das Nações Unidas sobre a situação dos/as defensores/as de direitos humanos, Michel Forst, pediu hoje ao Governo de Angola para liberar catorze ativistas que foram presos em junho após participarem em reuniões pacíficas demandando boa governança.
"A privação de liberdade pelo simples fato de terem promovido a boa governaça e de terem exercido o direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica pode ser considerada arbitrária”, o Sr. Forst advertiu referindo-se ao caso de Luaty Beirão, um proeminente músico angolano e ativista de direitos humanos, e dos outros defensores detidos.
"Essa crítica não só é totalmente legítima de acordo com as obrigações de Angola em conformidade com a legislação de direitos humanos; mas é também essencial para o debate livre e público necessário para uma sociedade civil saudável no país", enfatizou o especialista independente.
Após sua prisão, os "15 de Angola” foram acusados em setembro, juntamente com duas defensoras de direitos humanos que permanecem em liberdade aguardando o julgamento, sob acusações de "atos preparatórios para a prática de rebelião" e "conspiração" contra as instituições do Estado, os quais são considerados como crimes contra a segurança do Estado angolano. Submetidos a prisão preventiva durante mais de 90 dias, os/as ativistas pró-democracia foram formalmente informados sobre as acusações contra eles/elas em 8 de outubro e seus julgamentos serão realizados em meados de novembro.
Alegações preocupantes vieram à tona sobre maus-tratos dos ativistas durante a detenção. Alguns detidos têm recorrido à greve de fome em protesto, provocando preocupações sobre suas condições de saúde.
"Defender e promover os direitos humanos tornou-se uma atividade extremamente perigosa em muitos países", disse o Relator Especial, citando o seu relatório* mais recente diante da Assembleia Geral da ONU. "Os ataques contra os/as defensores/as de direitos humanos podem ser vistos como tentativas desonestas para minar os direitos humanos."
Nesse relatório, o experto independente chama atenção para a preocupante tendência global de ameaças e desafios enfrentados pelos/as defensores/as de direitos humanos, que vêm sendo, de maneira exponencial, atacados ou presos, ameaçados ou assediados, intimidados ou detidos.
"Na condição de enviado independente do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre/as defensores/as de direitos humanos, exorto que as acusações contra todos/as os/as ativistas de direitos humanos sejam descartadas e que os '15 de Angola' sejam libertados imediatamente", o especialista pediu.
A declaração do Sr. Forst foi apoiada pelo Relator Especial sobre os direitos à liberdade de reunião pacífica e de associação, Maina Kiai; pelo Relator Especial sobre a promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e de expressão, David Kaye; pelo relator especial sobre a tortura, Juan E. Méndez; e pelo Presidente do Grupo de Trabalho sobre a detenção arbitrária, Seong-Phil Hong.
Em 14 outubro de 2015 o Sr. Afonso Matias "Mbanza Hamza" foi espancado pelos guardas da prisão na Comarca Central de Luanda.
Este incidente aconteceu depois que ele foi transferido para a Comarca Central de Luanda e reclamou sobre as condições de detenção na nova cela. Tal fato ocorreu logo em seguida aos atos de violência perpetrada enquanto Afonso Matias estava detido na Cadeia de São Paulo, em Luanda.
Os familiares que se reuniram com Afonso Matias após o incidente relataram que ele foi colocado em uma cela que hospedava mais de 100 detentos, com baixos padrões de higiene, e que todos os detidos compartilham um banheiro que não tinha água corrente. Em decorrência dos atos anteriores de violência que sofreu na Cadeia de São Paulo, o defensor de direitos humanos teve várias feridas em seus pés, mãos, peito e costas.
Afonso Matias “Mbanza Hamza” está sendo arbitrariamente mantido em prisão preventiva há mais de 100 dias desde sua detenção em Junho de 2015, juntamente com outros 14 defensores de direitos humanos e ativistas da juventude em Angola - Domingos da Cruz, Nito Alves, Afonso Matias "Mbanza Hamza", José Hata, Hitler Samussuko, Inocêncio Brito "Drux", Sedrick de Carvalho, Albano Bingo, Fernando Tomás "Nicola", Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias, Osvaldo Caholo. As prisões estão ligadas a uma série de reuniões que foram realizadas para discutir princípios de protesto não-violento.
Em 14 de outubro de 2015, aproximadamente às 23 horas, Afonso Marias "Mbanza Hamza" e Albano Bingo, entre outros, foram transferidos do Hospital Prisão de São Paulo para a Comarca Central Luanda. A transferência foi decidida na sequência da tortura e da violência perpetrada contra Benedito Jeremias e Albano Bingobingo em 9 de Outubro de 2015. Benedito Jeremias e outros defensores de direitos humanos decidiram protestar batendo na grade da cela e fazendo barulho. Eles também questionaram o fato de que eles não estavam autorizados a conversar ou ter qualquer contato uns com os outros na Cadeia de São Paulo, em Luanda. Como resultado, Benedito Jeremias foi espancado por cerca de vinte guardas da prisão e torturado com um bastão de choques elétricos. Durante a tortura, Benedito Jeremias teve vários guardas apontando armas para ele. Albano Bingo também foi torturado com um bastão choque elétrico. A polícia o despojou, espancou e arrastaram-no para o pátio da prisão. Ambos os defensores de direitos humanos ficaram gravemente feridos como resultado destes atos de tortura e violência.
Albano Bingo está em greve de fome há mais de 10 dias, seguindo o exemplo de seu colega detentoLuaty Beirão, que está em greve de fome há 29 dias. Há relatos de que a saúde de Albano Bingo se deteriorou e que ele tem uma infecção grave em uma de suas pernas. Outro defensor de direitos humanos, o Sr. Nelson Dibango, detido no Hospital Psiquiátrico Penitenciário da Maianga, em Luanda, também está em greve de fome desde 10 de Outubro de 2015.
Front Line Defenders está seriamente preocupada com a contínua detenção dos defensores de direitos humanos e ativistas da juventude, e com a deterioração do estado de saúde de Luaty Beirão e de Albano Bingobingo. Preocupação adicional também é expressa sobre os relatos de violência grave e tortura perpetrados contra alguns dos defensores de direitos humanos. Front Line Defenders exorta as autoridades a libertar imediata e incondicionalmente todos os defensores de direitos humanos acima mencionados, abandonar todas as acusações contra eles e cessar qualquer tortura ou maus tratos cometidos contra os defensores de direitos humanos.
Em 12 de outubro de 2015, quatro defensores de direitos humanos, os Srs Adolfo Miguel Campos, "Baixa Kassangs", "Veriato" e Mário Sebastião, foram presos enquanto eles participavam em uma missa na Igreja de São Domingos, em Luanda.
A missa foi organizada para expressar solidariedade aosdefensores de direitos humanos detidos em junho e à situação de deterioração da saúde de um dos detentos, Luaty Beirão, que se encontra em greve de fome há 23 dias.
Os quatro defensores de direitos humanos são membros do grupo de jovens chamado Movimento Revolucionário, que defende pacificamente os direitos humanos, a democracia e o combate à impunidade em Angola. Este movimento também tem sido um ponto focal na defesa da liberdade de expressão e do direito de realizar manifestações públicas em Angola.
A missa começou na tarde do dia 12 de outubro de 2015 e logo em seu início as forças policiais entraram na igreja e dispersaram violentamente a missa. Durante o incidente, Adolfo Miguel Campos, "Baixa de Kassangs", "Veriato" e Mário Sebastião foram presos por agentes da Polícia Nacional e detidos por algumas horas em uma sala em separado dentro da igreja antes de serem libertados sem acusações. Os defensores de direitos humanos foram espancados pelos policiais durante a prisão etiveram ferimentos graves. O Sr. Adolfo Miguel Campos teve um braço quebrado como resultado do ataque.
O grupo já havia participado de reuniões e vigílias pacíficas em protesto contra a falta de resposta do governo à situação dos 15 defensores de direitos humanos que continuam em prisão preventiva há mais de 100 dias, e também sobre a deterioração da saúde de Luaty Beirão após 23 dias de greve de fome. Em todas as ocasiões, o governo de Angola tem dispersado os encontros e a situação para aqueles quetêm protestado contra abusos do governo em Angola continua muito frágil.
Front Line Defenders manifesta a sua profunda preocupação com a brutalidade policial sofrida pelos defensores de direitos humanos Adolfo Miguel Campos, "Baixa de Kassangs", "Veriato" e Mário Sebastião durante a dispersão de uma missa na igreja. Front Line Defenders acredita que essas ações de repressão estão diretamente relacionadas com os seus trabalhos legítimos na defesa dos direitos humanos. Preocupação adicional é expressa no que diz respeito ao assédio contínuo e intensificado, à intimidação de defensores dos direitos humanos em Angola e às restrições impostas ao direito de reunião pacífica e à liberdade de expressão no país.
Em 9 de outubro de 2015, aproximadamente às 14h, o defensor de direitos humanos, o Sr. Luaty Beirão, foi transferido da prisão de Calomboloca para o Hospital Prisão de São Paulo, em Luanda, Angola, depois de sua saúde ter deteriorado na sequência de 19 dias em greve de fome.
Luaty Beirão está sendo arbitrariamente mantido em prisão preventiva há mais de 100 dias após a sua detenção em Junho de 2015, juntamente com outros 14 defensores de direitos humanos e ativistas da juventude em Angola - Domingos da Cruz, Nito Alves, Afonso Matias “Mbanza Hamza”, José Hata, HItler Samussuko, Inocêncio Brito “Drux”, Sedrick de Carvalho, Albano Bingo, Fernando Tomás “Nicola”, Nelson Dibango, Arante Kivuvu, Nuno Álvaro Dala, Benedito Jeremias, Osvaldo Caholo. As prisões estão ligadas a uma série de reuniões que foram realizadas para discutir com princípios de protesto não-violento.
Luaty Beirão permanece no hospital e sua situação é crítica; o defensor dos direitos humanos tem perdido muito peso e ele tem sentido uma severa dor de estômago. Ele já havia sido levado para o mesmo Hospital Prisão na sexta-feira, dia 02 de outubro de 2015, mas foi transferido de volta no mesmo fim de semana para a prisão Calomboloca sem ter sido submetido a um exame médico completo.
O irmão de Luaty disse a Agence France Presse que "ele só está bebendo um pouco de água. O seu estômago está queimando e ele tem medo de ser envenenado se comer. Ele poderá falecer se não for libertado".
Em 8 de outubro de 2015, o Tribunal Provincial de Luanda notificou os defensores de direitos humanos de que eles estão sendo formalmente acusados de organizar um golpe de Estado contra o Presidente José Eduardo dos Santos e contra o Governo de Angola, bem como por atos preparatórios de rebelião. Duas outras defensoras de direitos humanos, Rosa Conde e Laurinda Gouveia, também foram acusadas, mas elas responderão em liberdade. Rosa Conde e Laurinda Gouveia também estavam participando de várias reuniões com os atuais detentos para discutir princípios de protesto não-violento e mudanças políticas em Angola.
Luaty Beirão é um músico rapper e ativo nos esforços de justiça social em Angola, desafiando a corrupção e intimidação política. Em 2012, seu crânio foi rachado mediante um golpe com uma barra de ferro enquanto ele participava de um protesto.
A Front Line Defenders está seriamente preocupada com a condenação dos 17 defensores de direitos humanos, uma vez que considera a ação judicial contra eles como sendo motivada pelo trabalho pacífico e legítimo que desempenham na defesa dos direitos humanos. Preocupação adicional é expressa pelas irregularidades que marcaram o julgamento. A Front Line Defenders apela às autoridades angolanas para que revoguem a sentença contra os/as defensores/as de direitos humanos.
Em 28 de setembro de 2015, os defensores de direitos humanos e jovens ativistas detidos em Luanda em junho de 2015 foram notificados de que as investigações conduzidas pelo Procurador-Geral da República de Angola haviam sido concluídas.
Os 15 defensores de direitos humanos foram presos por estarem supostamente preparando um golpe de estado para derrubar o Presidente José Eduardo dos Santos e agora eles estão aguardando ser intimados para comparecer perante o Tribunal Provincial de Luanda. Entre os detidos estão os defensores de direitos humanos, os Srs Domingos da Cruz, Afonso Mayenda (também conhecido como Mbanza Hamza), Luaty Beirão, Manuel Nito Alves e Albano Bingo. Alguns dos detidos, incluindo Domingos da Cruz e Luaty Beirão, estão em greve de fome desde 21 de setembro de 2015 para protestar contra suas detenções preventivas arbitrárias.
Em 28 de setembro de 2015 o advogado dos defensores de direitos humanos, o Sr. Walter Tondela, foi notificado sobre a conclusão das investigações. No entanto, as acusações específicas contra eles permanecem desconhecidas. Acredita-se que os detidos poderão enfrentar acusações de rebelião por estarem suportamente "realizando atos que possam prejudicar a ordem pública e a segurança do país". Esta notificação foi enviada logo após duas tentativas frustradas de libertar os detidos. Em 21 de setembro, o Sr. Tondela solicitou a libertação imediata dos jovens defensores de direitos humanos e ativistas, dado que o limite máximo de 90 dias de prisão preventiva já tinha sido ultrapassado e, em 16 de setembro de 2015, o Supremo Tribunal de Justiça negou um pedido de habeas corpus. Os advogados de defesa irão contestar essa decisão perante o Tribunal Constitucional.
O defensor de direitos humanos Domingos da Cruz foi preso no dia 21 de junho de 2015, posteriormente a detenção de Afonso Mayenda, Luaty Beirão, Manuel Nito Alves e Albano Bingo, juntamente com nove jovens ativistas no dia 20 de Junho de 2015. Eles participavam de uma conferência sobre a ''Filosofia da revolução pacífica'', que foi dada por Domingos da Cruz, no bairro de Vila Alice em Luanda.
Front Line Defenders está seriamente preocupada com o julgamento em curso e com as detenções arbitrárias de defensores de direitos humanos, sobretudo tendo em conta o atraso injustificado em chegar-se a uma decisão. Front Line Defenders demanda às autoridades que absolvam imediata e incondicionalmente os defensores e as defensoras de direitos humanos, pois acredita-se que o processo contra eles é uma tentativa de impedi-los de realizar o seu trabalho pacífico e legítimo na defesa dos direitos humanos.
No dia 21 de junho de 2015, o jornalista e defensor de direitos humanos, Sr. Domingos da Cruz, foi detido. Ele está atualmente detido no 29º Circuito em Luanda. Na tarde de 20 de junho de 2015, pelo menos quatro defensores de direitos humanos, nomeadamente os Senhores Afonso Mayenda (também conhecido como Mbanza Hanza), Luaty Beirão, Manuel Nito Alves, e Albano Bingo, juntos com nove jovens ativistas, foram detidos pela Polícia Nacional e pela Direção Nacional de Investigação Criminal (DNIC).
De acordo com relatos, Luaty Beirão e Manuel Nito Alves estão detidos no 29º Circuito em Luanda. Albano Bingo está detido no 10º Circuito no Bairro do Cazenga. Afonso Mayenda está detido no 9º Circuito no Bairro das Lagostas. A pesar da inexistência de acusações formais, estima-se que eles foram detidos sob suspeitas de planejar um “golpe de estado”. Os outros nove ativistas estão supostamente detidos em vários circuitos da polícia, na cidade de Luanda.
Os defensores de direitos humanos foram detidos na tarde de 20 de junho de 2015, enquanto participavam de uma conferência sobre ''Filosofia ideológica de revolução pacífica'', ministrada por Domingos da Cruz, no bairro da Vila Alice em Luanda. Logo após as detenções, os defensores de direitos humanos foram levados por agentes de polícia e membros da Direção Nacional de Investigação Criminal para as suas respectivas casas, e tiveram suas câmeras e computadores pessoais apreendidos.
O Serviço de Investigação Criminal do Ministério do Interior de Angola publicou uma nota de imprensa no dia das detenções, anunciando que foram realizadas ''varias diligências que culminaram na detenção em flagrante delito de 13 cidadãos nacionais, que se preparavam para realizar atos tendentes a alterar a ordem e a segurança pública do país'', e que ''durante a operação foram apreendidos uma série de meios de prova''.
Essa não é a primeira vez que os defensores de direitos humanos foram presos e detidos pela polícia. No mês de março de 2013, Manuel Nito Alves, Luaty Beirão e Mbanza Hamza foram presos logo após o inicio de uma manifestação na capital de Luanda, programada em solidariedade com dois defensores de direitos humanos desaparecidos em 2012. Na época, Mbanza Hanza, foi espancado pela polícia. Os defensores de direitos humanos foram libertados sem qualquer acusação no dia 30 de março de 2013.