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Luiz Claudio Silva. Credit: Victor Ribeira

Luiz Claudio Silva

DDH
Associação de Moradores da Vila Autódromo
Time - Artigo
2016

"Cláudio, 53, mora na Vila Autódromo, uma das centenas de bairros pobres do Rio, ou favelas, espalhadas pelas ruas e colinas verdejantes da "cidade maravilhosa". As retroescavadeiras já nivelaram a maior parte da Vila Autódromo, deixando sua comunidade em ruínas. De acordo com a organização sem fins lucrativos Comitê Popular da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, por toda a cidade mais de 4.100 famílias foram removidas de suas casas por causa dos Jogos Olímpicos ".

CNN - Artigo
2016

"Nos últimos três anos, Silva e sua esposa Maria da Penha têm liderado o movimento de resistência que luta para preservar a pacata favela situada no terreno que foi designado pela cidade para os Jogos de 2016. A maior parte das 800 famílias que viviam lá  receberam uma oferta de compra ou um habitação alternativa em novos condomínios pelo gabinete do prefeito, mas muitos, como Silva e Penha, não queriam deixar sua comunidade".

The Guardian - Artigo
2016

Até agora, Penha e outros residentes têm sido céticos sobre as promessas do governo. Eles acreditam que eles nunca deveriam ter sido forçados a mudar-se e suspeitam que as Olimpíadas está sendo usada para afastar comunidades mais pobres de uma área que tem sido alvo de empreendedores para construções sofisticadas.

Luiz Cláudio Silva e sua esposa Maria da Penha são ambos membros da Associação de Moradores da Vila Autódromo. Eles são figuras proeminentes em sua comunidade desde que lideraram a resistência contra as remoções forçadas no período que antecede os Jogos Olímpicos com início em agosto de 2016.

A Vila Autódromo é uma comunidade no oeste do Rio de Janeiro, situada no limite da Vila Olímpica. Em meados de 2015 a polícia tentou forçar os/as moradores/as a deixar suas casas enquanto empreendedores olímpicos planejavam a construção de instalações na área e queriam remover a comunidade para esconder a pobreza dos olhos dos visitantes. A maioria das 650 famílias que habitavam a Vila Autódromo foram pagas para abandonar a comunidade e elas foram realocadas em outros subúrbios distantes do centro da cidade.

Em alguns casos, as remoções tornaram-se violentas e houve conflitos com a polícia. A própria Dona Penha foi atacada durante uma remoção e guardas municipais quebraram o seu nariz. Desde que as remoções começaram, os defensores de direitos humanos têm vivenciado humilhação, vigilância, assédio e ataques físicos.

Luiz Cláudio e Maria da Penha são parte do pequeno grupo de 20 famílias que resistiram pacificamente e permaneceram na comunidade. Após longas negociações com as autoridades, eles foram autorizados a permanecer mas tiveram que aceitar os trabalhos de reconstrução em seu território. Sua residência foi destruída pelos tratores em março de 2015 e eles atualmente vivem em um contêiner, esperando a conclusão do projeto de reurbanização.

Em maio de 2016, os defensores de direitos humanos e outros membros da comunidade lançaram um museu a céu aberto entre os escombros, o "Museu das Remoções". Usando materiais deixados de lado pelas demolições, os residentes da Vila Autódromo construíram sete memoriais para honrar as casas destruídas. Em frente à igreja católica, um dos poucos prédios ainda de pé, eles construíram uma tocha olímpica feita de detritos.

Vila Autodromo

Os desafios e ameaças enfrentados pelos/as defensores e defensoras de direitos humanos no Brasil continuam muito elevados, particularmente para aqueles/as que trabalham em questões sobre a terra, o meio ambiente, os povos indígenas, os direitos LGBTI, a corrupção e a impunidade.

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Luiz Claudio Silva - #AtRiskInRio