Muita esperança e resistência no evento de Dublin que recebe cerca de 100 defensores/as de direitos humanos
Em um momento de oposição sem precedentes contra os direitos humanos e quem os defende, dezenas de defensores/as de direitos humanos (DDHs) em risco de todas as regiões do mundo se reunirão com representantes de alto escalão e líderes da sociedade civil em Dublin por três dias, de 23 a 25 de outubro, para o principal evento da Front Line Defenders, a Plataforma de Dublin.
Normalmente realizada a cada dois anos, esta é a 12ª Plataforma da Front Line Defenders, que reunirá cerca de 100 DDHs de aproximadamente 100 países diferentes.
Inaugurada em 2002, as Plataformas de Dublin anteriores deram a DDHs de quase todos os países a oportunidade de compartilhar estratégias de defesa e proteção, construir solidariedade com colegas de todo o mundo e interagir com tomadores/as de decisão de alto nível.
"es com grande risco pessoal, para lutar por sociedades mais justas e igualitárias ”, disse Alan Glasgow, Diretor Executivo da Front Line Defenders.
“Porém, os desafios que enfrentam são enormes. Devido à coragem com que realizam seus trabalhos, os/as defensores/as de direitos humanos são frequentemente alvo das piores formas de violência, vigilância, criminalização e outras formas de repressão.“
"A Plataforma de Dublin é um espaço onde os/as defensores/as de direitos humanos podem se reunir, interagir e debater estratégias de segurança, além de aprender habilidades importantes para proteger a si e às outras pessoas. É um lugar onde a esperança e a solidariedade podem levar a ações.”
Os representantes de alto escalão que participarão da Plataforma este ano incluirão: Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos; Mary Lawlor, Relatora Especial da ONU sobre a Situação de Pessoas Defensoras de Direitos Humanos; Michael O'Flaherty, Comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos; e Seán Fleming, Ministro de Estado da Secretaria de Relações Exteriores da Irlanda.
Entre os/as defensores/as de direitos humanos presentes na Plataforma de Dublin estão defensores/as dos direitos LGBTIQ+; defensores/as dos direitos indígenas, da terra e do meio ambiente; mulheres defensoras de direitos humanos; jornalistas que enfrentam ameaças e perseguição; pessoas que lutam contra a corrupção e o abuso corporativo e defensores/as que trabalham em uma série de outras questões.
Os/As defensores/as de direitos humanos que participam da Plataforma enfrentam diversos riscos, desde vigilância digital e assédio online, ameaças de morte e ataques violentos, até criminalização e difamação por meio de campanhas organizadas. Muitos/as trabalham em circunstâncias extremamente desafiadoras em contextos de conflito armado, repressão e outras crises de grande escala. A Front Line Defenders documenta a grande variedade de riscos enfrentados por defensores/as de direitos humanos em sua Análise Global, publicada anualmente.
Antes de cada Plataforma de Dublin, a Front Line Defenders trabalha com todos/as participantes DDHs para coordenar painéis de discussão, depoimentos de defensores/as, apresentações e grupos de trabalho para abordar as questões mais urgentes de segurança e proteção de DDHs. Tais atividades incluem proteção física e digital, apoio ao bem-estar de DDHs e maior visibilidade aos seus trabalhos.
Além de fornecer aos/às defensores/as de direitos humanos conhecimentos que, ao voltar para casa, poderão usar em seus trabalhos com os direitos humanos, a Plataforma de Dublin é um momento crucial para eles/as construírem redes de solidariedade com ativistas com ideais semelhantes em outras partes do mundo.
Os/as Defensores/as de Direitos Humanos presentes também participarão de uma homenagem especial no monumento Memorial de Defensores/as de Direitos Humanos em Iveagh Gardens, em Dublin, para comemorar as centenas de colegas no mundo inteiro que são assassinados/as por causa de seus trabalhos pacíficos. Segundo a iniciativa Memorial DDH – coordenada pela Front Line Defenders – pelo menos 300 defensores/as de direitos humanos em 28 países foram mortos/as em 2023.