Ingrid Assunção Farias
Há uma urgência em alternar o lugar da fala que tem referência, que tem credibilidade, que tem poder, pois muitas são as estratégias do racismo e machismo para nos deslegitimar.
Ingrid Assunção Farias é defensora de direitos humanos e redutora de danos na cidade de Recife, Pernambuco. Ela atua há mais de 12 anos com políticas de redução de danos para pessoas que usam drogas e apoio para a população em situação e rua e pessoas em vulnerabilidade social. Ingrid é defensora dos direitos das pessoas trans e trabalhadoras sexuais e é coordenadora nacional da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas – RENFA e parte da Articulação Negra de Pernambuco e Coalizão Negra por Direitos.
Ela é uma mulher nordestina, negra, periférica e mãe, que junto com outras defensoras de direitos humanos antiproibicionistas atua na construção de perspectivas e ações para uma política sobre drogas que sejam críticas ao racismo, encarceramento em massa, violência policial e genocídio da população negra.
Em um contexto a política do Estado Brasileiro de combate às drogas é acompanhado de operações policiais que atacam a população negra e aqueles que residem em favelas e comunidades pobres, o trabalho de prevenção e cuidado como estratégia, em detrimento à políticas violentas e segregadoras, é fundamental para garantir o respeito aos direitos humanos e o fortalecimento da democracia.
Mulheres defensoras de direitos humanos como a Ingrid são alvo de assédio e intimidações via redes sociais por meio da distorção de suas imagens como forma de descredibilizar o seu trabalho de defesa dos direitos humanos. Por atuar na defesa do respeito à cidadania para populações marginalizadas, essas defensoras e os coletivos que fazem parte são alvos de falsas narrativas que não apenas descriminam aquelas e aqueles que atuam em prol da ampliação dos direitos humanos, mas também criminalizam quem luta por uma realidade melhor para as pessoas mais vulneráveis.