Liderança indígena Cacique Babau pede proteção após plano para matá-lo ser revelado
Nos últimos dias, o defensor de direitos humanos indígena Cacique Babau tornou pública a existência de um plano de assassinato contra ele e cinco de seus familiares. Ele recebeu informações sobre a trama no final de janeiro de 2019, e pediu às autoridades nacionais e estaduais da Bahia que adotassem medidas de proteção em seu favor.
Rosivaldo Ferreira da Silva, mais conhecido como Cacique Babau, é liderança Tupinambá da Serra do Padeiro, localizada no município de Buerarema, na Bahia. Em sua luta pelo direito à terra, os Tupinambás sofreram um processo de criminalização, difamação, ameaças e tentativas de assassinatos que envolvem agentes do Estado e grandes fazendeiros.
Nos últimos dias, o defensor de direitos humanos indígena Cacique Babau tornou pública a existência de um plano de assassinato contra ele e cinco de seus familiares. Ele recebeu informações sobre a trama no final de janeiro de 2019, e pediu às autoridades nacionais e estaduais da Bahia que adotassem medidas de proteção em seu favor.
Rosivaldo Ferreira da Silva, mais conhecido como Cacique Babau, é liderança Tupinambá da Serra do Padeiro, localizada no município de Buerarema, na Bahia. Em sua luta pelo direito à terra, os Tupinambás sofreram um processo de criminalização, difamação, ameaças e tentativas de assassinatos que envolvem agentes do Estado e grandes fazendeiros.
No final de janeiro, Cacique Babau recebeu informações confiáveis sobre um plano de assassinato contra ele, três de seus irmãos e duas de suas sobrinhas. Após receber essas informações, o defensor de direitos humanos solicitou que o Governo do Estado da Bahia e o Ministério Público Federal implementassem medidas de proteção para ele e sua família.
De acordo com as informações recebidas, os assassinatos aconteceriam no sul da Bahia, onde membros da Polícia Militar e Civil realizariam uma falsa blitz de trânsito para plantar drogas e armas ilegais em seu carro. A situação se desenvolveria em um tiroteio, o que seria posteriormente retratado como um confronto, que resultaria na morte de Cacique Babau e de seus familiares.
As drogas e armas ilegais, que teriam sido plantadas, seriam posteriormente apresentadas às redes de TV e rádio da região como falsa prova das “atividades ilícitas” do defensor de direitos humanos Cacique Babau. Isso serviria para criar uma campanha de difamação contra ele, para justificar a falta de investigação e para corroborar a versão dos eventos dada pelas autoridades. O plano incluía um relato altamente detalhado do paradeiro e das rotinas do grupo indígena, o que reforça sua autenticidade e expõe o alto nível de risco que o líder Tupinambá e sua família vêm enfrentando.
Segundo as informações recebidas, o plano para matar Cacique Babau foi desenvolvido em uma reunião na qual fazendeiros, políticos e membros da Polícia Militar e Civil estavam presentes. A intenção deles era assumir o controle do território Tupinambá, uma vez que a demarcação das terras onde vivem atualmente ainda não está finalizada - as etapas finais do processo de demarcação foram pausadas desde 2016.
Front Line Defenders expressa sua preocupação com o aumento do nível de ameaça que Cacique Babau e seus familiares estão enfrentando. Em particular, a Front Line Defenders está extremamente preocupada com o possível envolvimento das forças de segurança do Estado e políticos na trama. A Front Line Defenders expressa preocupação pela falta de proteção do povo Tupinambá e acredita que a trama contra Cacique Babau se configuraria uma represália à reivindicaçãode seus direitos à autodeterminação e acesso às suas terras ancestrais.