Histórico do caso: Semião Fernandes Vilhalva
Em 29 de Agosto de 2015, o líder indígena Semião Fernandes Vilhalva foi morto em uma operação de retomada de terra após os Guarani-Kaiowás terem ocupado as suas terras ancestrais no município de Antônio João, no estado do Mato Grosso do Sul.
Semião Fernandes Vilhalva era uma das lideranças do povo indígena Guarani-kaiowá e participava ativamente na luta pela demarcação dos territórios indígenas e pelo reconhecimento das terras ancestrais do povo Guarani-Kaiowá. Em 29 de Agosto de 2015, ele foi morto em uma operação de retomada de terra após os Guarani-Kaiowás terem ocupado as suas terras ancestrais no município de Antônio João, no estado do Mato Grosso do Sul.
Em 29 de Agosto de 2015, o líder indígena Semião Fernandes Vilhalva foi morto em uma operação de retomada de terra após os Guarani-Kaiowás terem ocupado as suas terras ancestrais no município de Antônio João, no estado do Mato Grosso do Sul.
A território Ñande Rú Marangatú já foi demarcado e homologado como terra indígena em 2005, decisãoque foi suspensa no mesmo ano pelo Supremo Tribunal Federal mediante impetração de mandado de segurança pelos ruralistas. Dez anos após tais fatos, nenhuma decisão final sobre a homologação das terras como reserva indígena foi adotada.
Em seguimento a esse impasse de dez anos, nos quais os Guarani-Kaiowás permaneceram deslocados de onde consideravam serem suas terras ancestrais, em 21 de Agosto de 2015 os indígenas decidiram ocupar fazendas no município de Antônio João. Em resposta, os latifundiários realizaram uma operaçãode retomada das terras no dia 29 de Agosto de 2015 com o apoio da polícia do Mato Grosso do Sul. No entanto, alega-se que a polícia fez uso de força extrema durante a ocupação pacífica e os fazendeiros dispararam contra os indígenas. Em decorrência da violenta operação, o líder indígena Semião Fernandes Vilhalva foi alvejado e morto e a comunidade indígena foi expulsa de duas fazendas (Fronteira e Barra).
Novos ataques têm sido perpretados pelos fazendeiros contra os indígenas no Mato Grosso do Sul. No dia seguinte à morte de Semião Fernandes Vilhalva, outra operação de recuperação de posse foi realizada com uso excessivo da força. Além desses atos de violência, os povos indígenas também vem sendo submetidos a uma campanha de difamação, em que diversos meios da mídia têm veículado notícias – inclusive publicando fotos falsas – em que os índios teriam causados danos às fazendas mediante incêndios e tomado reféns durante a ocupação. Tais acusações são falsas.
O assassinado de Semião Fernandes Vilhalva ocorre em um contexto de vários atos de violência que vem sendo cometidos no Brasil contra os povos indígenas. Tais crimes continuam a acontecer em função da impunidade, visto que até hoje não nomearam um responsável pela morte do líder indígenaEusébio Ka'apor, morto em 26 de Abril de 2015.