Histórico do caso: Alex Pamplona
O defensor de direitos humanos, Alex Pamplona, está na clandestinidade. Pamplona, sua esposa e suas filhas foram vítimas de uma série de ameaças - algumas de pessoas que se identificavam como "policiais"- forçando o defensor de direitos humanos a deixar sua casa por tempo indeterminado.
Alex Pamplona, jornalista e educador popular, é representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores - RENAJOC na região norte do Brasil, que busca unir adolescentes e jovens para promover o direito à comunicação da juventude no Brasil. Desde fevereiro de 2015, entre outras atividades, Alex Pamplona vem participando ativamente das articulações da Frente Parlamentar sobre Juventude no Pará, e por esse meio promovendo discussões sobre as chacinas de jovens negros perpetradas pela policia e pela reforma do ensino médio. Pamplona também está envolvido no monitoramento das recomendações feitas pela Commissão Parlementar de Inquérito (CPI) sobre as ações de milícias no estado do Pará e a necessidade de investigar alegadas violações de direitos humanos. A CPI recentemente identificou uma complexa rede de milícias (envolvendo policiais e ex-policiais) que foram responsáveis pelo massacre de 10 pessoas no subúrbio de Belém, em novembro de 2014. A investigação sobre esses massacres está atualmente sendo concluída, e vários policiais militares foram colocados em prisão preventiva.
O defensor de direitos humanos, Alex Pamplona, está na clandestinidade. Pamplona, sua esposa e suas filhas receberam pelo menos cinco ameaças nas últimas três semanas - algumas de pessoas que se identificavam como "policiais"- forçando o defensor de direitos humanos a deixar sua casa por tempo indeterminado.
Desde fevereiro de 2015, Alex Pamplona vem participando ativamente das articulações da Frente Parlamentar sobre Juventude no Pará, e por esse meio promovendo discussões sobre as chacinas de jovens negros perpetradas pela policia e pela reforma do ensino médio no Brasil.
Pamplona também está envolvido no monitoramento das recomendações feitas pela Commissão Parlementar de Inquérito (CPI) sobre as ações de milícias no estado do Pará e a necessidade de investigar alegadas violações de direitos humanos. A CPI recentemente identificou uma complexa rede de milícias (envolvendo policiais e ex-policiais) que foram responsáveis pelo massacre de 10 pessoas no subúrbio de Belém, em novembro de 2014. A investigação sobre esses massacres está atualmente sendo concluída, e vários policiais militares foram colocados em prisão preventiva. Após o massacre, a revista TIME noticiou a intensificação das preocupações sobre violência policial no Brasil:
O assassinato de dez pessoas em uma cidade ao norte do Brasil na semana passada, por uma milícia supostamente ligada à polícia militar do país, suscitou temores quanto à intensificação do problema da violência policial em um país onde dados recentes revelam 2.212 pessoas mortas em confrontos com policiais no ano passado.
Diante do aumento da violência policial e por parte das milícias, defensores/as de direitos humanos no Brasil que documentam e denunciam esse tipo de violações, apesar de desempenharem um trabalho cada vez mais importante, enfrentam riscos crescentes. Em seu último relatório anual, a Front Line Defenders relatou que 12 defensores/as de direitos humanos foram mortos nos primeiros 10 meses de 2014.
Em janeiro de 2008, Andreu Luís de Carvalho Silva, de 16 anos, foi brutalmente torturado e assassinado por guardas brasileiros na detenção para adolescentes em conflito com a lei. Sua mãe, Deize Carvalho, residente na comunidade Cantagalo, na zona sul do Rio de Janeiro, tem atuado de maneira veemente na luta por justiça desde que seu filho foi assasinado. Apesar de seus métodos violentos, o sistema policial brasileiro está criando a sua própria oposição.
Como resultado do seu ativismo em grupos jovens locais e iniciativas nacionais de monitoramento de direitos humanos, Pamplona e sua família receberam várias ameaças no último mês. No começo de março, o defensor de direitos humanos e sua família deixaram sua casa na cidade de Belém (Pará) em um tentativa de conter as ameaças contra as suas vidas.
Logo após deixar a sua residência, no dia 18 de março, o defensor de direitos humanos e sua família tomaram conhecimento de que um homem chamado "Alex", fisicamente parecido com Alex Pamplona, teria sido assassinado no bairro onde habita o defensor de direitos humanos, em Terra Firme. No dia seguinte, em 19 de março de 2015, a esposa de Alex Pamplona relatou que, ao retornar a sua residência para apanhar alguns pertences pessoais, pessoas desconhecidas dentro de um automóvel vermelho em frente a sua casa pareciam observá-las. Naquela mesma tarde, um homem em um carro de cor preta passou em frente à residência de Alex Pamplona e perguntou por ele a sua filha.
Quando sua esposa foi até a escola em que suas filhas estudam para explicar porque elas não iriam a escola, ela foi informada que uma pessoa desconhecida havia ido até a escola para buscar suas filhas.
Em 23 de março de 2015, Pamplona registrou uma queixa na polícia do estado do Pará sobre a série de ameaças.
Menos de uma semana depois, em 29 de março de 2015, organizações de direitos humanos em Belém relataram ter recebido informação de que Alex Pamplona estava sendo procurado por pessoas que se apresentavam como ''policiais'' e que ''ele precisaria ter cuidado''.